terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Histeria Coletiva com a caça às Bruxas de Salém


Quem ainda não ouviu falar nas "Bruxas de Salém"? Acho difícil encontrar alguém que tenha um mínimo de cultura geral que desconheça, pelo menos a expressão. 
São tantos filmes, livros e histórias sobre esse episódio da história norteamericana que desde outubro de 1692 povoa as mentes curiosas sobre o tema e é ilustrativo de muitos estudos do comportamento humano ligados à superstição, à histeria coletiva, à crueldade de um agrupamento social e à perda dos valores humanitários quando confrontados com o medo, o preconceito e a ignorância.

Conheci a matéria abaixo, no site da revista "Mundo Estranho" e resolvi trazer o assunto ao blog para a reflexão dos leitores interessados.

A grande questão que deixo aqui é se os enormes preconceitos que nos cercam ainda não produzem a mesma "caça às bruxas" e a mesma "histeria coletiva" que a humanidade continua a promover desde sempre?  Exemplos não faltam.

A matéria conta a história do caso de forma sucinta; é excelente e recomendo sua leitura, independentemente de quaisquer outros interesses.

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Quem foram e como morreram as Bruxas de Salém?


https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quem-foram-e-como-morreram-as-bruxas-de-salem/
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O caso mais famoso de caça às bruxas aconteceu entre 1692 e 1693 nos EUA e levou mais de 150 pessoas para a cadeia, das quais 25 morreram.





1. A região de Salém era uma colônia britânica, rachada por ataques indígenas e atormentada por pequenos crimes e disputas de terra. Lá, os puritanos estabeleceram um governo em que a Igreja comandava tudo. A população considerava a mulher submissa ao homem
 
2. Em fevereiro de 1692, durante um inverno excepcionalmente frio, Betty Parris, filha de 9 anos do ministro religioso de Salém, pegou uma doença estranha. Contorcia-se de dor, gritava, sofria de febre e reclamava para o médico do vilarejo que parecia estar sendo picada. Hoje, a ciência tenta explicar a doença como combinação de asma, abuso infantil e epilepsia. Outra tese: a garota teria ingerido um fungo presente no pão. Mas, na época, ninguém sabia o que era.

3. Outras seis garotas, incluindo uma prima de Betty, também desenvolveram os sintomas. Elas se contorciam em poses grotescas e diziam sentir mordidas e beliscadas no corpo. O médico William Griggs sugeriu que a origem do problema seria sobrenatural. A família ficou obcecada com a hipótese
 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/78/SalemWitchcraftTrial.jpg4. Naquela época, um livro fazia muito sucesso. Escrito por Cotton Mather, Memoráveis Providências descrevia o caso de uma lavadeira de Boston suspeita de bruxaria. E o comportamento de uma vítima da suposta bruxa parecia o de Betty. Foi o que faltava para o início de uma onda de pânico
 
5. A primeira suspeita foi a escrava Tituba (não se sabe ao certo se era de origem africana ou da América Central), que contava lendas de bruxas e vodus do folclore de seu país para as meninas. As crianças acusaram outras mulheres como autoras do “feitiço”. Para tentar escapar da forca, Tituba confessou ser bruxa e voar com várias companheiras de feitiçaria
 
6. Outras acusadas seguiram o exemplo de Tituba e passaram a confessar que estavam atormentando as meninas a mando do diabo. O governador William Phips criou uma corte para julgar os casos de bruxaria, formado por cinco juízes. Os réus não tinham direito de ter testemunhas a seu favor

7. A primeira julgada foi Bridget Bishop. Com poucos amigos e cheia de conflitos com os vizinhos, era a acusada perfeita. Além de ter sido delatada por “bruxas” confessas, uma testemunha disse ter visto Bridget roubando ovos e se transformando em um gato. A pena foi morte por enforcamento

8. Mais de 150 suspeitos foram presos. Houve 20 execuções – incluindo um homem esmagado por pedras.  Dois cachorros também foram condenados à morte, acusados de serem cúmplices das bruxas de Salém. Até uma menininha de 4 anos, Sarah Good, foi acusada pelas crianças. A pequena passou oito meses na cadeia

 9. George Burroughs, um ministro da igreja, foi enforcado como líder das bruxas e por enfeitiçar soldados em uma campanha fracassada contra os índios. Historiadores afirmam que os juízes se empenharam no julgamento para transferir a “culpa por sua própria defesa inadequada da fronteira”, já que eles lideraram a guerra malsucedida. Muitos dos casos se resumiam a isso: vendetas pessoais que, agravadas por uma certa carga de fantasia, geravam acusações de “obra do Diabo”. 
Os últimos julgamentos ocorreram em abril de 1693. A maioria das condenações foi revista entre o final do século 17 e o início do século 18. Hoje, o caso é considerado um exemplo de histeria coletiva


 

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